O
Brasil equacionou o dragão da inflação. O presidente Lula combinou
crescimento econômico, desconcentração da renda e inclusão social. Com
apoio do Partido dos Trabalhadores e aliados, Dilma será capaz de
dirigir a construção do Sistema Único de Saúde, alargando o acesso dos
serviços públicos de saúde? Acreditamos que sim.
Em nosso meio, a política de fomento ao mercado de serviços de saúde nos parece rudimentar.
Ora, o compromisso do empresariamento médico e da medicina liberal com o SUS é duvidoso, e, infelizmente, boa parte dos dirigentes e gestores do PT não compreendeu que até a proposta apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, visava superar a ineficiência do modelo privado (liberal) de assistência à médica e odontológica estadunidense.
Na verdade, a melhoria da qualidade dos gastos em Saúde exige a aplicação de mais recursos financeiros. A pedra fundamental reside no aumento dos salários e melhoria das condições de trabalho dos profissionais, visando o incremento da qualidade da assistência à saúde nos serviços do SUS.
A partir do pacto federativo e da mobilização do Conselho Nacional de Saúde, quais medidas deveriam ser tomadas no início do governo para afirmar, de fato, a saúde como direito social?
Em nosso meio, a política de fomento ao mercado de serviços de saúde nos parece rudimentar.
Ora, o compromisso do empresariamento médico e da medicina liberal com o SUS é duvidoso, e, infelizmente, boa parte dos dirigentes e gestores do PT não compreendeu que até a proposta apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, visava superar a ineficiência do modelo privado (liberal) de assistência à médica e odontológica estadunidense.
Na verdade, a melhoria da qualidade dos gastos em Saúde exige a aplicação de mais recursos financeiros. A pedra fundamental reside no aumento dos salários e melhoria das condições de trabalho dos profissionais, visando o incremento da qualidade da assistência à saúde nos serviços do SUS.
A partir do pacto federativo e da mobilização do Conselho Nacional de Saúde, quais medidas deveriam ser tomadas no início do governo para afirmar, de fato, a saúde como direito social?
1. FINANCIAMENTO
Regulamentar a Emenda Constitucional (EC)
nº 29/2000, resgatando os termos originais do projeto apresentado pelo
senador Tião Viana (PT-AC), aprovado por unanimidade no Senado Federal
em 2008. Uma vez definido o escopo das ações e serviços públicos de
saúde, o financiamento da União passaria a ser calculado sobre as
receitas correntes brutas, como o é para os estados (12%) e os
municípios (15%), alcançando 10% do total de tais receitas até 2014.
2. GESTÃO
Boa parte dos problemas de gestão decorre
do desfinanciamento crônico do SUS. Entretanto, é necessário atacar as
fraudes, os desperdícios e a corrupção do sistema nas principais regiões
metropolitanas, bem como propor uma alocação mais eficiente dos
recursos (entre os serviços de atenção básica, média e alta
complexidade) e uma organização racional das filas, para diminuir o
tempo de espera nos serviços e reduzir as filas das cirurgias eletivas.
Além do mais, deve-se eliminar, paulatinamente, as terceirizações e
desencorajar as emendas individuais dos parlamentares em nome do
interesse público e do planejamento das ações de saúde.
3. SUBSÍDIOS E RESSARCIMENTO
3. SUBSÍDIOS E RESSARCIMENTO
Os significativos subsídios da União
destinados aos planos de saúde, e também aqueles destinados à fabricação
de medicamentos, devem ser utilizados enquanto instrumento para reduzir
os preços desses produtos, diminuindo o gasto das famílias em 2011.
Igualmente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar, órgão vinculado ao
Ministério da Saúde, deve garantir com toda força o ressarcimento ao
SUS, conforme estabelece legislação federal de 1998, mediante o
cruzamento dos bancos de dados de usuários assistidos pelo SUS e pelos
planos de saúde.
4. CONTRATO NACIONAL DE TRABALHO
O Ministério da Saúde deve criar uma
carreira nacional multiprofissional e multidisciplinar – referente às
atividades gerenciais e às atividades fim do SUS e elaborada em
articulação com estados, Distrito Federal e municípios – carreira
federal com caráter meritocrático, dotando assim o SUS de quadros
técnicos bem remunerados e com permanente perspectiva de ascensão
funcional.
Além dessas medidas, de um lado, é
necessário persuadir as centrais sindicais, os funcionários públicos e
os trabalhadores urbanos quanto à necessidade de, na Saúde, transitarmos
do modelo individualista, ineficaz e custoso dos EUA (seguro privado)
para aqueles modelos solidários, eficazes e economicamente viáveis
consagrados pelo Estado de bem-estar social (seguro social e
seguridade). De outro, é importante inibir um tipo de empresariamento
médico, que transgride a ética da medicina ou se utiliza indevidamente
do SUS. E, finalmente, é preciso avançar na redução da miséria, da
desigualdade, dos baixos níveis educacionais e da violência social,
pois, cotidianamente, tais fenômenos pressionam e desafiam o sistema.
Carlos Kalifa é economista e coordenador do Núcleo Largo do Machado PT-RJ.
Ricardo Menezes é médico sanitarista e militante do PT-SP.
Ricardo Menezes é médico sanitarista e militante do PT-SP.
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