O professor da Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo, Bernard Francois Couttolenc
apresentou, na quarta-feira, 29 de outubro, os principais resultados
consolidados no livro 'Desempenho Hospitalar no Brasil: em busca da
excelência' no Centro de Estudos da ENSP - de mesmo nome. Em nove
capítulos, o livro retrata a situação da rede hospitalar no país, seja
ela pública ou privada, e traz algumas recomendações para melhorar essa
gestão.
Ao iniciar sua exposição, Bernard Couttolenc revelou que a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca teve papel importante no livro, uma vez que dois pesquisadores da ENSP participaram do grupo responsável pela pesquisa - Nilson do Rosário Costa e José Mendes Ribeiro -, e que teve como coordenador principal Jerry La Forgia. O expositor revelou que o contexto do livro foi decidido devido a chamada 'saúde em crise' brasileira, uma vez que os indicadores de saúde no país apresentam apenas níveis razoáveis. "O livro tem, entre outros objetivos, contribuir para o desenvolvimento de uma estratégia nacional de melhoria da qualidade e eficiência hospitalar", citou. O pesquisador explicou ainda que os hospitais brasileiros têm 2/3 de seus investimentos alocados nos serviços e isso é o principal gerador de impacto na rede, além do fato de que nos últimos anos houve um fortalecimento da atenção básica no país, deixando de lado o financiamento hospitalar.
Ao iniciar sua exposição, Bernard Couttolenc revelou que a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca teve papel importante no livro, uma vez que dois pesquisadores da ENSP participaram do grupo responsável pela pesquisa - Nilson do Rosário Costa e José Mendes Ribeiro -, e que teve como coordenador principal Jerry La Forgia. O expositor revelou que o contexto do livro foi decidido devido a chamada 'saúde em crise' brasileira, uma vez que os indicadores de saúde no país apresentam apenas níveis razoáveis. "O livro tem, entre outros objetivos, contribuir para o desenvolvimento de uma estratégia nacional de melhoria da qualidade e eficiência hospitalar", citou. O pesquisador explicou ainda que os hospitais brasileiros têm 2/3 de seus investimentos alocados nos serviços e isso é o principal gerador de impacto na rede, além do fato de que nos últimos anos houve um fortalecimento da atenção básica no país, deixando de lado o financiamento hospitalar.
Para entender melhor como se dá o gasto hospitalar por elemento de despesa, a pesquisa descobriu que 64% dos recursos são destinados a pagamento de mão de obra, com uma crescente terceirização (12% desse total), enquanto que materiais médicos representam 24% e os serviços ficam em 11% dos investimentos. Já com relação ao gasto em por tipo de serviço, 64% corresponde às internações, 23% para o atendimento de emergência e ambulatório e 13% em administração.
Bernard informou também que a eficiência hospitalar está ligada ao tamanho dos hospital, e que os hospitais federais são os menos eficientes enquanto que os mais eficientes são aqueles privados e/ou lucrativos. "60% dos hospitais brasileiros com menos de 50 leitos são os mais ineficientes, até por conta dos padrões econômicos, não permitindo que os serviços sejam qualificados", destacou. A pesquisa abordou ainda a taxa média de ocupação dos leitos hospitalares, revelando que 2/3 dos leitos SUS não precisariam existir. "Essa é uma conclusão simplista, uma vez que apenas 37% dos leitos SUS são utilizados no país, enquanto que a taxa média de ocupação dos países desenvolvidos gira em torno de 70 a 75%", afirmou. O livro apresenta ainda informações sobre a utilização das salas de cirurgia, composição do quadro de recursos humanos dos hospitais, comprovando que a ineficiência e a falta de controle sobre os cursos geral grandes variações no valor final dos procedimentos hospitalares. "Na verdade, 95% dos hospitais brasileiros não sabem quanto custa os serviços que produz", informou.
Entre as conclusões apontadas no livro está o fato da baixa governança dos hospitais públicos, com pouca autonomia e responsabilização dos gestores, com mecanismos de financiamento sem relação com os custos e não focados no desempenho. Por fim, Bernard apresentou algumas recomendações trazidas pelo grupo organizador da publicação como a necessidade de aprofundamento do uso dos fluxos financeiros para promover a eficiência, o controle de custos e a qualidade no serviço, o fortalecimento do ambiente institucional para o uso eficiente de recursos e de uma gestão voltada para o desempenho, além da necessidade de uma ampla modernização gerencial nos hospitais públicos e privados.
Fonte: Informe ENSP
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